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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2020

Petição a favor da zanga

o que acho que falta no mundo? mais zanga! temos a mania de ver a zanga/raiva como a-inimiga-das-emoções, aquela que mais descontrolo gera, que mais consequências abarca. mas, a verdade é, ela é uma emoção que é essencial tal como as outras.  estamos muito habituados a pensar na zanga como algo mau. e, muitas das vezes, é isso que ensinamos aos miúdos e isso preocupa-me: não só que o façamos connosco mas que o incentivemos no outro através do nosso próprio exemplo, gerando-se um ciclo vicioso. a zanga cresce devagarinho, quase sem darmos conta. vai-se alimentado um pouquinho de tudo e todos. cada vez que ignoramos algo que nos incomoda, cada vez que somos politicamente corretos , cada vez que permitimos que passem por cima de nós, que resolvemos o assunto com uma pitada de sarcasmo, etc., etc.. sem darmos por ela, PUMMM, já está tão grande que já não cabe dentro nós. zangarmo-nos de vez em quando faz parte da vida, faz parte das relações. a zanga é cega e crua; impõe limites...

O comboio da vida

algures ouvia alguém dizer "o futuro aproxima-se como um comboio", eu ousaria a acrescentar, a todo o vapor. cada dia estamos a viver o presente, ao mesmo tempo que estamos no futuro. a confusão é certa quando relemos cada página da história da nossa vida e nos damos conta de onde estamos hoje. percebemos aquilo que já fizemos, aquilo que conseguimos, aquilo pelo qual passámos. apercebemo-nos de quem somos hoje e que esse alguém é fruto de um passado. o futuro, bem, esse será o resultado daquilo que fazemos hoje, no nosso presente, em cada um dos "presentes" que temos o privilégio de experienciar. o futuro está sempre no próximo passo que damos, na próxima escolha que fazemos, na próxima lágrima que escorre, nos exatos próximos segundos da nossa vida. e passam num instante e, sem darmos conta, estamos novamente no presente, deixando o passado para trás e determinando o futuro.

No pasa nada

a vida tem destas coisas. há dias em que estamos mais do que confiantes sobre aquilo que somos e aquilo que queremos. saímos de casa de cabeça erguida e pulso firme para defender o nosso self com unhas e dentes. quando damos por nós, percebemos que já não é bem assim. que mudámos, que crescemos, que já não somos a mesma pessoa. já não queremos as mesmas coisas, já não temos os mesmos sonhos, já não temos os mesmo limites, já não precisamos do mesmo. mudar pode ser muito assustador. alterar tudo aquilo que tínhamos como seguro para nós, implica lutar por novas afirmações, por voltarmos a sentirmo-nos em tudo o que fazemos. implica perder pilares e criar novos. implicar voltar a escavar (e bem fundo) e perceber que águas, agora, navegamos. por muito que o medo tente se apoderar de nós, não podemos esquecer que nada é estático, nem mesmo o universo. e no pasa nada.