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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2019

O poder de uma única história

todos e cada um de nós é feito de histórias, múltiplas histórias, aquelas que contamos nas conversas de café e aquelas que escondemos de todos, as nossas histórias. em jeito de defesa até, todos sabemos que uma história (tendo ela um final feliz ou não) não nos define. ainda assim, por vezes, teimamos em focar na única história que temos para julgar o outro. ver alguém com base numa única história "rouba-lhes a dignidade e evidencia (apenas) as nossas diferenças". esta visão deixa-nos cair no preconceito "fundamentado" (se é que isso existe) e limita a nossa vivência daquele outro que a história sublinha ser muito diferente de nós. afastamo-nos e não nos permitimos conhecer todas as suas outras histórias ou até criar novas connosco. no mesmo sentido, a "politica da história única" pode limitar-nos a nós, indivíduos, ficando presos naquela história que não teve um final feliz, que queremos esconder e reprimir da história das histórias. todos erramos, t...

Vida do campo

há sensações que não conseguimos encontrar em mais lado nenhum, como no campo. a vida do campo obriga o corpo a parar. quando paramos podemos assumir o nosso lado mais animal e simplesmente observar e contemplar o mundo à nossa volta, OU então, podemos parar e pensar. é raro no nosso dia-a-dia sentirmos que temos tempo e disposição para fazer qualquer uma destas coisas: abraçar o nosso poder contemplativo ou a nossa capacidade pensadora. no século XXI parar parece que vem com o rótulo de morrer, mas não é bem assim. os rótulos foi o Homem que os criou e este foi em prol da produtividade e com base no lema 'mais é melhor'. o mundo avança e as necessidades alteram-se, e este lema já não faz mais sentido. porque a verdade é que quando tudo abranda, tudo é melhor. quando conseguimos ouvir as gotas a cair no chão, sentir o cheiro do alcatrão molhado, ver as gotas a escorrerem-nos pela pele… tudo em câmara lenta, tudo com outro encanto.

Quando o fim bate à porta...

vivemos na bonita ilusão de que a vida é eterna e nós imortais. mas, de vez em vez, a vida vai nos mostrando que não é bem assim. que vivemos num limbo no qual nunca sabemos qual vai ser a próxima jogada. ainda tentamos, renúncia a renúncia, fugir ao fim trágico desta ilusão mas, rapidamente, a vida nos relembra que o fim é quando ela quiser. somos ingenuamente delicados a viver a nossa vida. para não a vivermos na ânsia de querer mais e mais, acomodamo-nos. somos escravos do medo e, para não estarmos sempre a espreitar por entre a porta, contemos os nossos impulsos, receamos as mudanças e as novidades e afrouxamos. as inseguranças do futuro atormentam-nos mas parece que a tic-toc do relógio não é lembrete suficiente para vivermos o agora. será que esses 'abre olhos' são suficientes para subirmos a parada das nossas vidas?

O poder da relação

somos seres de relação e não nos podemos deixar esquecer disso. somos o ombro amigo e a palmadinha nas costas na hora da trovoada. somos o bebé que precisa de colo e o adulto que carrega o outro. somos a gargalhada desmedida e o riso fácil. somos a inspiração e a força quando falta. somos o júri e o advogado de defesa. somos o professor a o aprendiz. somos música de embalar e de quebrar o chão. a verdade é, somos melhores juntos, somos mais juntos.

O corpo sabe o que faz

o corpo sabe o faz. há séculos e séculos que ele se tem vindo a adaptar às novas circunstâncias da vida do Homem. demora o seu tempo, mas tem vindo a fazer progressos de forma a acompanhar as nossas descobertas e invenções de novas máquinas que facilitem a nossa vivência a cada dia. mas esquecemo-nos de como o nosso corpo também é um máquina e uma máquina especial, que tem vontades e ritmos próprios que não podemos simplesmente alterar para se ajustar aos nossos desejos e facilitismos. desde sempre que o nosso corpo se encontra sincronizado com os ritmos da natureza, ainda que neste momento escolhermos retirar esse pormenor da equação… estamos a viver de costas voltadas para o nosso próprio corpo. já não o ouvimos nem respeitamos. exigimos dele mais do que algum dia deveríamos ter sonhado exigir. ainda assim, o corpo faz de tudo para não nos falhar, faz de tudo para acompanhar o nosso ritmo alucinado e, acima de tudo, vai sendo cada vez mais criativo a dar-nos sinais do seu limite....