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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2019

As palavras certas

há dias em que sentimos coisas que não sabemos bem explicar nem denominar. e quando tentamos explicar e nos ouvimos a nós mesmos, sentimo-nos ridículos. é estranho não saber explicar aquilo que nos vai cá dentro, como se as palavras não fossem suficientes. mas a necessidade ridícula de dar-mos nome a tudo consome-nos e frustra-nos. temos de ser detentores da nossa sabedoria pelo menos, não? talvez não. talvez não haja um nome que descreva na perfeição todos os sentimentos que possam surgir dentro de nós. talvez não haja um conjunto de palavras que simplifique aquilo que vivemos. mas se, por ventura, as encontrar-mos sentir-nos-emos aliviados por, no fim, isto só significa que houve alguém que em tempos se sentiu tal como nós.

Dançando...

quando fechamos os olhos suavemente e admiramos cada melodia parece que energia nasce dentro de nós. de olhos fechados, a olhar para dentro, parece que o corpo ganha vida própria. parece que o braço direito se move em direcção ao céu apontando para ele; que o esquerdo acaricia o horizonte; e que, numa subtil troca de peso, cada perna se prepara para o rodopio trifuante. este marca o momento em que nos permitimos deixar levar e ser sem nada mais (a temer). os movimentos não têm nenhum propósito além de simplesmente existir, temporariamente, porque depois de um urge outro e depois outro até que o corpo se canse ou a música cesse. de olhos abertos somos tomados pela realidade. ai o corpo pára, fica imóvel e a energia parece que se dissipa. perde-se o fluir do movimento mas não a vontade de continuar a dançar.

Viva ao verão!

o verão andou mal disposto, teimou em vir mas chegou e veio para ficar. por ti andámos o ano inteiro esperar. ansiámos pela hora de estendermos a toalha na areia e de lá não sair mais. sonhámos com aquele mergulho salgado que esperamos que o sol seque. mas a espera acabou. já podemos ressecar a nossa pele ao sol. já podemos ir buscar o tão aguardado e planeado livro de verão. já não nos importamos mais com as multidões nem com a falta de espaço para esticar o corpete. queremos sol. queremos praia. queremos mar. precisamos do verão!

O efeito passadeira

há dias que parece que estamos parados no tempo, adormecidos e sem capacidade para fazer acontecer. há dias que parece que andamos, andamos e andamos e não saímos do mesmo lugar. há dias que olhamos em volta e parece que todos avançam na vida, menos nós. há dias que todos parecem ser mais capazes de lutar e de atingir as suas metas. há dias que nos sentimos assim, fracassados, derrotados e sem esperança de voltar a ver a luz que nos enche de vida e de garra. tudo o que vemos à nossa volta parece mover-se - à exceção de nós próprios. tudo parece ter força para fazer acontecer - menos nós. tudo parece saber como agir, qual o caminho e quais as ferramentas - menos nós. tudo parece que se alinha para os outros - menos para nós. caímos na maleita da vitimização, da desesperança, da solidão. guardamos para nós estes momento de insegurança e tristeza porque nos parece ridículo queixarmo-nos porque, na verdade, somos nós que não agimos. somos nós que não lutamos. somos nós que não const...

Brincando à beira-mar

hoje vi a vida dos adultos na brincadeira de uma criança de 4 anos diria. a pequena criança italiana brincava à beira mar com a supervisão do seu pai. a sua brincadeira era simples mas parecia entusiasma-lá imenso. consistia então em sentar o seu Ken (sim parece que a miudagem de hoje ainda brinca com estas antiguidades) à beira-mar. parecia no entanto calcular bem o momento, escolhia o melhor lugar, aguardava pela onda para o pousar e fugia de medo assim que ela se aproximava e o levava. no meio da excitação, observava o pobre coitado a mergulhar (ou afogar) no mar, a ser levado para longe e depois trazido de volta pela próxima onda. mas rapidamente a brincadeira deixou de ser suficiente e precisámos, obviamente, de subir a parada. agora em vez de senta-lo no areal, a menina atirava-o vezes e vezes sem conta em direcção ao alto mar, sem dó nem piedade. quando a rebentação a surpreendia e afastava ainda mais o seu Ken, ela não parecia preocupada. entre rebentações acabava por ...

A cor do céu...

a natureza tem um jeito engraçado de nos iluminar e de nos fazer vibrar por dentro. as suas cores são tão intensas que as sentimos bem cá dentro. talvez no dia-a-dia passem despercebidas para os mais atarefados mas elas continuam a exercer o seu poder. a cor das árvores, a intensidade das flores, os tons do céu. a cor dá nos energia. a cor suga-nos a melancolia. a cor preenche-nos. a cor dá-nos vida. um céu vibrante, uma cidade colorida, uma pessoa intensa. tudo isto eleva-nos. tudo isto nos influencia. tudo isto nos torna mais e melhores. escolher a cor é escolher a alegria, é escolher vida.

Meu querido, mês de agosto

o mês de agosto é aquele pelo qual ansiamos todo o ano. é o mês do sol quente na cara, da areia nos pés e do sal no cabelo. de dias inteiros passados à beira-mar a aguardar deitar olho ao mais belo pôr-do-sol. é o mês da nostalgia das memórias de infância, das voltas aldeia acima aldeia abaixo, do cheiro a pinheiro e do cantar dos pássaros. é o mês das caminhadas, não por dietas mas por necessidade de explorar toda a natureza que nos rodeia. é o mês dos fritos, das farturas e dos churros recheados com nutella. por mais contraditório que seja, no mês de agosto não se pensa na linha mas no prazer da comida de verão. é o mês dos concertos (grátis) e dos bailaricos. a música, o corpo e a companhia unem-se para os melhores espetáculos das noites (em tempos quentes) de verão. é o mês das leituras vagarosas, sem prazos, sem intenções, pelo simples prazer de folhear aquele livro que guardámos para as longas manhãs de piscina. é o mês de encher os cartões das câmaras com ma...