Avançar para o conteúdo principal

O conforto do que é mau

a vida dá voltas e contra-voltas. nunca sabemos o que havemos de esperar dela. talvez seja por isso que as pessoas têm mais conforto num mal que conhecem do que num bem estranho. somos reféns da nossa zona de conforto. entramos em pânico quando vemos ao longe a possibilidade de perder o controlo. nunca passamos a linha amarela com receio de pôr em risco a nossa segurança. o desconhecido assusta-nos e, com o rabinho entre as pernas, ficamo-nos por aquilo que sabemos, por aquilo que conhecemos. navegamos por ondas conhecidas e por aí decidimos ficar. se calhar é por isso que somos um povo que se resigna com facilidade. escolhemos ficar infelizes porque, pelo menos, a infelicidade é previsível, o aborrecimento é garantido e o conforto da infelicidade nunca é colocado em causa. quem diria que, por vezes, ser infeliz torna-se mais fácil do que (tentar) ser feliz.